Deputado estadual já tem novo defensor e elabora estratégia de defesa
Foto: Juarez Andrade Júnior / Divulgação / CP Memória
O advogado Amadeu Weinmann não é mais defensor do deputado estadual Mario Jardel, do PSD. O afastamento ocorreu depois de Weinmann ter protocolado defesa do parlamentar na Assembleia Legislativa. As causas do desligamento, de acordo com o ex-advogado de Jardel, são de foro íntimo e, ainda assim, a crença é na inocência do político.
“Eu só tenho a dizer que acredito no Jardel, ele é um bom moço. Tenho certeza de sua inocência, desejo todo sucesso e espero que ele não perca o mandato”, ponderou Weinmann.
Jardel já tem um novo advogado e elabora uma estratégia que pode ter um caráter vingativo, tendo em vista a alegação dele de ser vítima de uma armação política orquestrada pelos próprios correligionários do PSD. Mesmo com o risco da cassação, a suspeita é de que Jardel mude de partido. Desta forma, em caso de perda de mandato, em tese, a cadeira do ex-craque do Grêmio não seria ocupada pelo vereador do PSD, Tarcisio Flecha Negra, primeiro suplente do partido com 10 mil votos para deputado estadual.
A direção do Solidariedade já iniciou tratativas com Jardel e a tendência é de que ele aproveite a atual janela para a troca de partidos para ingressar na nova legenda. O Solidariedade já chegou a ter um deputado estadual. Foi na última legislatura, quando Cassiá Carpes deixou o PTB e foi o candidato a vice na chapa de Ana Amélia Lemos, do PP, durante as eleições para governador, em 2014. Com isso, o músico Cesar de Oliveira, natural de Itaqui, pode assumir uma cadeira como deputado estadual se Jardel for cassado. Com mais de 15 mil votos nas eleições de 2014 ele é o primeiro suplente do Solidariedade.
Na Assembleia legislativa, Jardel, responde a processo na Comissão de Ética e já foi feito um pedido de cassação por parte do corregedor da Casa, Marlon Santos, do PDT. Ele se baseou nas denúncias feitas elo Ministério Público após investigação envolvendo o parlamentar do PSD.
Crime
Na esfera penal o Procurador-Geral de Justiça, Marcelo Dornelles, denunciou o deputado estadual Mário Jardel e outras dez pessoas por crimes como construção de organização criminosa, peculato, uso de documento falso, concussão e lavagem de dinheiro. O documento foi encaminhado ao presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Luiz Felipe Difini.
Conforme a denúncia, entre fevereiro e novembro de 2015, Jardel e assessores do parlamentar integraram organização criminosa criada para se apropriar de diárias, manter funcionários “fantasmas”, exigir o repasse de parte de salários e de verbas indenizatórias de servidores, usar documentos falsos e lavar de dinheiro. O valor desviado no período é estimado em R$ 212 mil.
De acordo com o MP, Jardel exercia o comando da organização criminosa e era o destinatário final da maior parte dos valores arrecadados. O assessor Christian Vontobel Miller foi citado como sendo o mentor do esquema. O chefe de gabinete Roger Antônio Foresta era o responsável por arrecadar parte dos salários dos demais assessores. O coordenador-geral de bancada do PSD, Ricardo Fialho Tafas, era corresponsável por gerar diárias inexistentes. Já o chefe de gabinete e líder da bancada do PSD Francisco Demetrio Tafras, exigia dos demais assessores, sob ameaça de perda do cargo em comissão, o repasse mensal de parte do salário.
Tráfico
O marido da funcionária fantasma Ana Bela Menezes Nunes, Carlos César Menezes Nunes, foi denunciado por tráfico de drogas porque repassaria cotidianamente entorpecentes ao deputado. Nas buscas realizadas no apartamento de Jardel foi encontrada cocaína.
Correio do Povo