Foto: Lo Presti / AFP
“A revolta camponesa é retomada em Versalhes”. Quase 100 agricultores protestaram nesta sexta-feira (26) diante do famoso palácio francês contra o projeto de acordo comercial entre União Europeia (UE) e Mercosul, como parte de uma jornada de mobilização.
Convocados pelo principal sindicato agrícola do país, FNSEA, e seus aliados dos Jovens Agricultores, dezenas de trabalhadores rurais, com 15 tratores, se posicionaram na entrada do palácio, onde acenderam uma fogueira e sinalizadores verdes.
As autoridades esperam quase 3 mil participantes em 70 ações organizadas em todo o país. O sindicato agrícola Confederação Camponesa, o terceiro maior do setor, convocou um protesto com tratores em Paris no dia 14 de outubro.
Pascal Verriele, de 56 anos e membro do FNSEA, afirmou que tem a sensação de estar “no fundo do poço” após 40 anos trabalhando no setor. “Não tenho mais visibilidade, nem margem de manobra”, lamentou o agricultor.
“Há o Mercosul, as cotas de importação isentas de tarifas concedidas à Ucrânia. Tudo isso desestabiliza as nossas fazendas”, acrescentou.
Mas os sindicatos agrícolas franceses não estão convencidos e ameaçam convocar novos protestos durante o inverno (hemisfério norte, verão no Brasil), “quando a situação do trabalho nos campos permitir”, advertiu Rousseau.
Estadão Conteúdo