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Agência Mundial Antidoping exclui Rússia dos Jogos Olímpicos por quatro anos

Foto: Andrej Isakovic / AFP / CP Memória

Fifa ainda não confirmou se o veto se estenderá para a Copa do Mundo do Catar

Comitiva russa não disputará jogos de Tóquio, Pequim e Copa do Mundo 

A Agencia Mundial Antidoping (Wada) excluiu a Rússia das principais competições esportivas mundiais nos próximos quatro anos por ter fraudado exames antidoping. De acordo com decisão unânime do comitê executivo da agência, anunciada pelo porta-voz da agência, James Fitzgerald, na manhã desta segunda, em Lausanne (Suiça), a Rússia ficará fora da Olimpíada de Tóquio (Japão), em 2020, e dos Jogos Olímpicos de Inverno, em Pequim (China), em 2022. Quanto à Copa do  Mundo de Futebol Masculino, no Catar, em 2022, a Fifa ainda não confirmou se o veto da Wada se estenderá à participação da Rússia no Mundial.

De acordo com a Wada, a Rússia cometeu uma série de violações como manipulação de dados laboratoriais sem autorização, a inclusão de mostras falsas nos testes, e a destruição de arquivos conclusivos a possíveis casos de dopagem. A decisão da Wada também impede que o país organize competições em seu território nos próximos quatro anos, com exceção da Eurocopa 2020: a cidade de São Petersburgo está mantida com uma das 12 sedes.

The representatives of the Olympic Movement today supported the unanimous decision in the WADA Executive Committee, which is in line with the statement made by the IOC Executive Board and endorsed by the Olympic Summit. See statement from 26 November 2019 https://www.olympic.org/news/statement-from-the-ioc-on-wada-recommendations 
Os representantes do Movimento Olímpico hoje apoiaram a decisão unânime do Comitê
 Executivo da WADA, que está de acordo com a declaração feita pelo Conselho Executivo
 do COI e endossada pela Cúpula Olímpica. 
Ver declaração de 26 de novembro de 2019

Statement from the IOC on WADA recommendations – Olympic News

“A lista completa de recomendações (de sanções por parte do Comitê de Revisão de Conformidade, CRC) foi aprovada por unanimidade dos 12 membros do comitê executivo”, declarou Fitzgerald. O CRC recomendou a exclusão da bandeira da Rússia dos Jogos e de qualquer campeonato mundial por quatro anos, com a possível presença de atletas russos sob a bandeira “neutra”. “Isso significa que os atletas russos, se quiserem participar dos Jogos Olímpicos ou Paralímpicos, ou qualquer outro grande evento, deverão demonstrar que não estão envolvidos nos programas de doping descritos no relatório ‘McLaren’ ou que suas amostras não foram falsificadas”, disse Fitzgerald.

Considerada uma das maiores potências no esporte olímpico, a Rússia mergulhou em escândalos envolvendo casos de doping em 2015, quando a Wada concluiu um relatório de 323 páginas que identificava um sistema de dopagem envolvendo atletas, técnicos, dirigentes da federação russa, oficiais de controle antidoping, integrantes do governo russo e membros da Federação Internacional de Atletismo (IAFF).

Em 2016, o Comitê Olímpico Internacional (COI) excluiu o país da Rio 2016 e dos Jogos Olímpicos de Inverno de Pyeongchang, mas delegou às federações nacionais a decisão de executar a suspensão. Foi o caso da Associação Internacional das Federações de Atletismo (Iaaf), cujo conselho baniu os atletas russos de participarem dos Jogos Olímpicos do Rio, em 2016.

Falsificação

As sanções são a consequência da falsificação dos dados dos controles antidoping entregues pela Rússia à Wada no início deste ano. A entrega por Moscou de milhares de dados brutos de controle, armazenados nos servidores do antigo laboratório de Moscou, sob a supervisão do poderoso Comitê de Investigação da Rússia, era uma condição imposta pela Wada para retirar, no final de 2018, a suspensão anterior da Rusada.

O órgão antidoping mundial esperava trazer à luz os controles positivos que não tiveram consequências, abrir processos disciplinares contra atletas e encerrar o caso uma vez por todas. Mas especialistas enviados pela Wada descobriram que “centenas” de resultados suspeitos foram apagados, alguns entre dezembro de 2018 e janeiro de 2019, pouco antes da entrega dos dados.