Caso Dal Agnol: Enquanto defesa de Dal Agnol monta estratégias, outros profissionais do direito se debruçam nas ações das vítimas
O segundo bloco de ações é composto por vítimas do acordão firmado por Dal Agnol e Brasil Telecom. No documento, encontrado pela Polícia Federal em um compartimento escondido na casa do advogado, ele teria recebido R$ 50 milhões para realizar acordos (sem consultar seus clientes) para beneficiar a empresa. Dal Agnol ainda receberia metade de todo valor que conseguisse recuperar de seus clientes. A outra metade era repassada à Brasil Telecom. Pelo documento são mais de cinco mil casos.
Borba demonstra muita cautela quanto à possibilidade de estas vítimas recuperarem os valores renunciados no acordão. “Mesmo ele tendo agido de má fé com seus clientes, o problema é que houve homologação judicial destes acordos, procurações com firma reconhecidas em cartório. Algo difícil de reverter” prevê. No entanto, a ausência de uma cláusula no documento concedendo poder de renuncia de valores pode ser a brecha para a anulação destas procurações. “Ele renovou as procurações para realizar a transação e sacar o dinheiro, sem o conhecimento dos clientes, mas não havia autorização para abrir mão do dinheiro” afirma Borba.
O terceiro bloco de ações movidas contra Dal Agnol partiu de clientes que tiveram as ações julgadas e não receberam nenhum valor. “Vítimas nesta situação terão mais chances de receber” prevê o advogado. O prazo de cada sentença em Passo Fundo varia entre seis meses a um ano.
Após nove tentativas, a defesa do advogado Maurício Dal Agnol, suspeito de aplicar um golpe milionária envolvendo ações da extinta CRT, conseguiu o habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF). Com a decisão, o advogado deixou o presídio de Passo Fundo, na madrugada de domingo, quase cinco meses após ter sido detido por federais, e faltando uma semana da Operação Carmelina completar um ano. A investigação realizada pela Polícia Federal e Ministério Público Estadual trouxe à tona um esquema envolvendo cerca de 30 mil vítimas e um rombo de cerca de R$ 100 milhões.