A frieza das pessoas
Há quem diga que não existam pessoas frias, mas existem.
Há pessoas que se fecham em seus muros – muros esses que não enxergamos.
Daí como as lendárias sereias, entoam seu canto, atraindo as pessoas para irem de encontro a esse muro.
O primeiro impacto nesse muro é traumatizante.
E tamanha a certeza que temos de poder chegar a essas pessoas que de novo e de novo, como carneiros que dão suas marradas, nós damos as nossas cabeçadas nessa parede invisível e intransponível.
É um jogo onde você não pode vencer, só que não sabe.
É um jogo onde você foi escalado para perder.
E como um gladiador que entra na arena para enfrentar leões e outras feras, lá da tribuna está a pessoa fria, com seu canto afinado como quem entoa o seu canto fúnebre e como alguém que de posse de um frasco de alabastro, te unge para te preparar para uma morte que se aproxima.
Você recebe aquilo como se fosse um ato de amor, mas é apenas a sua sentença.
Você nunca teve nenhuma chance.
Você servirá de história para que essa pessoa conte para seu grupo como você era fraco e cheio de defeitos e portanto não servia aos seus propósitos.
E o frasco de alabastro, cheia de óleo sepulcral estará lá preso ao pescoço dessa pessoa que te prometeu vida e te ofereceu infortúnio.
No que você acreditou poder triunfar onde ninguém conseguiu?
Seu erro sempre foi o de ser crédulo, ser sincero e ser honesto.
Portanto, não errou em nada.
A gente nem sempre recebe o que merece, mas só dá o que tem.
Boa sexta feira
Marcelo Etiene.