11 de setembro: o que aconteceu, quem atacou as Torres Gêmeas e os impactos do atentado
Entenda como aconteceram os ataques de 11 de setembro, veja a linha do tempo, números de vítimas, fotos históricas e o legado que redefiniu o século 21
Na terça-feira do dia 11 de setembro de 2001, entre 8h46 e 9h03 da manhã, o mundo acompanhou as Torres Gêmeas do WTC (World Trade Center), em Nova York, serem atingidas por dois aviões.
A derrubada do WTC (World Trade Center) foi parte de ações coordenadas da organização Al-Qaeda, que sequestrou quatro aviões comerciais com destino a Los Angeles — dois em Boston, um em Newark e um em Washington, D.C — para executar ataques ao WTC e no Pentágono, sede de Defesa dos Estados Unidos.
Acredita-se que o voo 93, vindo de Newark, tinha como alvos o Capitólio, sede do Congresso estadunidense, ou a Casa Branca, sede presidencial, mas foi derrubado por passageiros antes de chegar ao possível destino.
Os ataques de 11 de setembro causaram a morte de 2.922 civis, 55 militares e dos 19 terroristas responsáveis pelos sequestros dos aviões. A maioria das mortes ocorreram em Nova York, nos arredores das Torres Gêmeas.
Linha do tempo do 11 de setembro
Os atentados às torres ocorreram entre 8h46 e 9h37 da manhã, com o primeiro avião saindo de Boston às 7h59. O único registro em vídeo do primeiro ataque ao WTC foi feito por Jules Naudet, um documentarista canadense que filmava um bombeiro iniciante no Corpo de Bombeiros de NY.
Os ataques tiveram a seguinte cronologia:
Ataque na Torre Norte do WTC
- Voo American Airlines 11, modelo Boeing 767-223ER, com origem em Boston;
- 81 passageiros (cinco terroristas) e 11 tripulantes;
- Atingiu a Torre Norte do World Trade Center às 8h46.
Ataque na Torre Sul do WTC
- Voo American Airlines 175, modelo Boeing 767-222, com origem em Boston;
- 56 passageiros (cinco terroristas) e 11 tripulantes;
- Atingiu a Torre Sul do World Trade Center às 9h03.
Ataque no Pentágono
- Voo American Airlines 77, modelo Boeing 757-223, com origem de Washington, D.C.;
- 58 passageiros (cinco terroristas) e 6 tripulantes;
- Atingiu o Pentágono às 9h37.
Voo 93
- Voo United Airlines 93, modelo Boeing 757-222, com origem de Newark;
- 34 passageiros (quatro terroristas) e 7 tripulantes;
- Caiu em uma área próxima de Shanksville, na zona rural da Pensilvânia, às 10h03.
Contexto histórico do 11 de setembro
Para Diego Santana e Katty Sá, historiadores e pesquisadores do GET (Grupo de Estudos do Tempo Presente) da UFS (Universidade Federal de Sergipe), apesar do incidente ter mais de duas décadas, o ocorrido segue relevante devido às consequências na política externa norte-americana.
Destacam-se as invasões no Afeganistão, Iraque e até mesmo o conflito entre Israel e Palestina — apesar das demandas palestinas não estarem diretamente relacionadas à agenda da Al-Qaeda.
“O conflito entre Israel e Palestina foi historicamente citado pela Al-Qaeda como uma das causas que motivaram suas ações contra os Estados Unidos, uma vez que este é aliado de Israel. Entre os tópicos principais que nutriram o discurso da Al-Qaeda, encontramos as intervenções norte-americanas no Oriente Médio, em especial a ocupação da Arábia Saudita na década de 1990, e os episódios de intolerância contra a comunidade muçulmana. Para o último caso, houve reforço desse discurso durante a década de 2010.”
Diego e Katty também destacam o impacto midiático do incidente. Após o ataque na primeira torre, registrado pelo canadense Jules Naudet, telecomunicações e internet iniciaram uma cobertura no World Trade Center em tempo real, transmitindo a queda da segunda torre para o mundo inteiro.
Além disso, os atentados se tornaram um marco cultural, rendendo obras cinematográficas e iniciativas de preservação da memória como o 9/11 Memorial Museum.
“Os alvos da Al-Qaeda também foram simbólicos, já que as torres do World Trade Center e Pentágono representavam o poder econômico e militar estadunidense. Um ataque de tamanha magnitude, que foi pensado por anos por Osama Bin Laden e outros nomes do alto escalão da Al-Qaeda, também se destaca por ter ocorrido no primeiro ano do século 21.”
Quem foi Osama bin Laden?
Líder fundador da Al-Qaeda capturado e morto em 2011, Osama Bin Laden foi o responsável por trás dos ataques terroristas do 11 de setembro, admitindo seu envolvimento em 2004. É filho do magnata Muhammad bin Ladin, fundador de um conglomerado saudita bilionário de construção e petróleo.
Em 2002, uma carta de Bin Laden aos Estados Unidos chamada “Carta à América” listou razões do porquê dos ataques aos EUA. Ações contra a nação islâmica nas regiões da Palestina, Somália, Chechênia, Caxemira e Líbano, a criação de Israel e guerras no Afeganistão e Iraque são alguns dos porquês listados no documento, que voltou a circular em 2023, devido às tensões na Faixa de Gaza.
Consequências do 11 de setembro
Islamofobia, discursos anti-imigração e fechamento das fronteiras para imigrantes de países muçulmanos são algumas das consequências reforçadas pelos eventos do 11 de setembro em todo o globo. Um exemplo mencionado por Diego e Katty são as proibições do uso do véu na França, que impediram atletas que usam hijab de representar o país durante os Jogos Olímpicos de Paris.
Outras consequências relacionadas ao 11 de setembro são:
Ato patriota (2001)
Os ataques terroristas em 11 de setembro levaram a uma série de ações em cadeia ao longo dos anos. Ainda em 2001, o governo de George W. Bush lançou o USA Patriot Act: leis que permitiram o acesso a dados sensíveis e escutas telefônicas sem autorização judicial sob a justificativa de combate ao terrorismo.
Guerra no Afeganistão (2001 – 2021)
O primeiro ato de retaliação do governo Bush foi a invasão do Afeganistão, que, ao procurar o paradeiro Bin Laden, retirou o governo Talibã do poder e matou lideranças da Al-Qaeda. Apesar da morte de Bin Laden ter ocorrido em 2011, a guerra se estendeu por 20 anos, com o retorno dos talibãs ao poder.
O conflito provoca o crescimento da atuação do EI (Estado Islâmico) na região do Oriente Médio, um dos grupos de maior incidência na região pós-Al-Qaeda. Com várias correntes, como o Estado Islâmico do Iraque e Levante, o EI foi amplamente beneficiado pelo avanço tecnológico, desenvolvendo estratégias de propaganda que propagam terrorismo online.
Guerra no Iraque (2003 – 2011)
A acusação de que Saddam Hussein (1937 – 2006), ex-presidente do Iraque, tinha armas de destruição em massa e uma aliança (desmentida) entre ele e Bin Laden foram os argumentos para a invasão americana no Iraque, que manteve o território em guerra até 2011. Diego e Katty comentam que a suposta aliança foi desmentida prontamente devido a divergências religiosas e políticas entre as duas figuras.
Eduarda Ramos,Florianópolis