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terça-feira 19 março 2024
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Trump promete mobilizar militares para sufocar protestos nos EUA

Em Nova York, governador decretou toque de recolher

Presidente dos EUA, Donald Trump usou o Twitter para se manifestar | Foto: Jim Bourg/Reprodução/ABr
Foto: Jim Bourg / Reprodução/ABr
Em um pronunciamento diante da Casa Branca, nesta segunda-feira, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, condenou os protestos contra o racismo e a violência policial dos últimos dias e invocou uma lei de mais de 200 anos para espalhar membros do Exército pelo país, em uma tentativa de sufocar as mobilizações. Trump anunciou que vai deslocar milhares de soldados para conter “os distúrbios, os saques, o vandalismo, os ataques e a destruição gratuita da propriedade”.

O discurso ocorreu enquanto a polícia recorria a bombas de gás lacrimogênio e de efeito moral para conter protestos a alguns quarteirões da Casa Branca. Na sexta-feira e no último domingo, as marchas em Washington chegaram próximas à residência presidencial.

Depois que os policiais dispersaram parte da multidão diante da Casa Branca, Trump andou por entre linhas formadas pela tropa de choque até o parque que fica diante da residência presidencial e tirou fotos com uma bíblia na mão.

‘Atos de terror’
“Esses são atos de terror doméstico. Estão espalhando sangue de pessoas inocentes. A América precisa de segurança, não de anarquia. Justiça, não o caos. E nós vamos sempre vencer. Por isso estou mobilizando toda a ajuda federal para parar toda essa violência e defender os direitos de todos os americanos”, declarou Trump, que se chamou de “presidente da lei e da ordem”

Ele afirmou que vai mobilizar todos os homens da Guarda Nacional e pediu que os governadores dos estados os utilizem para “dominar as ruas”. E para os prefeitos e governadores que se recusarem a usar esses recursos, deixou implícito que pode mobilizar militares à revelia.

“Isso vai acabar agora. Os que desobedecerem ao toque de recolher, sofrerão as consequências, serão presos e serão indiciados. Quero que os organizadores dessas ações criminosas respondam por seus crimes e de preferência na cadeia”, disse o presidente.

Os protestos começaram após a morte do segurança George Floyd em uma abordagem policial em Minneapolis, na última segunda-feira e se espalharam pelo país.

Discussão com governadores
Mais cedo, em uma videoconferência com diversos governadores, Trump os acusou de serem coniventes com os manifestantes e disse que serão vistos como “fracos” se não coibirem os protestos logo.

Alguns contestaram a retórica do presidente. “Normalmente o trabalho do presidente é perseverar nessas circunstâncias e tentar abaixar a temperatura”, lembrou o governador de Illinois. Para o democrata J.B. Pritzker, não é isso que Trump vem fazendo.

Mas as críticas não partiram só da oposição. Para o líder do governo no Senado, o republicano John Thune, “o país quer se curar e precisa de calma e esse é o tom que o presidente precisa dar quando falar sobre tudo isso”. Na opinião do senador, alguns dos recentes posts do presidente em redes sociais “não estão ajudando”.

Nova York decreta toque de recolher
Em Nova York, o governador Andrew Cuomo decretou toque de recolher a partir das 23h locais (0h no horário de Brasília) para a cidade de Nova York, que vai durar até as 5h (6h em Brasília) desta terça.

O objetivo, segundo ele, é conter os atos de violência que vêm acontecendo em meio a protestos contra o racismo e a violência policial em todo o país. O prefeito da cidade, Bill de Blasio, disse que o efetivo policial na cidade vai ser dobrado durante o toque de recolher.

“Eu estou do lado dos manifestantes e apoio sua mensagem, mas infelizmente há pessoas querendo criar distrações e tirar o crédito do movimento”, disse um comunicado assinado por Cuomo, segundo a imprensa local.

Outras cidades que decretaram toque de recolher ou estenderam decretos que já vinham desde o fim de semana incluem Los Angeles, San Francisco, Filadélfia, Atlanta, Orlando e Minneapolis, onde a morte do segurança George Floyd durante uma abordagem policial na última segunda-feira se tornou o estopim para as manifestações.




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