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sábado 20 abril 2024
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Saudade do Clube Harmonia. Claudio Vogt

SAUDADE DO CLUBE HARMONIA

Na década de 60, acompanhei de perto as atividades do Clube Harmonia de Sarandi-RS. Posicionado estrategicamente na frente do cinema, reunia os jovens que esperavam o filme começar.

Da frente do clube partiam os ônibus que levavam o time, após o almoço, para jogar com o União de Rondinha, o Ouro Verde e o Palmeirense de Palmeira das Missões, o Itapagé de Frederico Westphalen… O clube possuía salão de baile, boate e salas de jogos diversos.

 

 

Durante a semana, o cair da tarde era um momento mágico.

Reuniam-se líderes, médicos e cidadãos de várias idades.

Era uma terapia.

Cada um falava dos seus sonhos e problemas, em um ambiente de sadia amizade.

Eram vidas preciosas!

Naqueles dias felizes, reuniam-se:

o prefeito Gobbi, o Dr. Aldo Conte, o Dr. Aguinel, os engenheiros italianos, o Hugo Rossi, o Nilo Sérgio, o Lemes Boni, o Henry, o Artur Biavatti (Titi), o Paulo Blanck, o Ademar Oliveira (Gauchinho), o padeirinho (goleiro), o Osvaldo (Salada), o Rogério (Índio Véio), o Joyafard (Tique), o Zeno Canova, o Tasso Azambuja, o Chico Balbinot, o Mario Renato (Queimador), o Tadeu Kreling…

Foram ecônomos, dentre outros:

Domingos Peruzzo, Antônio Carlot, Ildo Manfro, João Cé… Assisti reuniões com o Presidente do ECH.

Lá no Clube, eu ouvia pela primeira vez algumas canções.

Aos domingos à tarde, às vezes, havia reuniões-dançante no salão principal.

 

Os bailes mais importantes eram os de debutantes e os de Carnaval, animados pelo Conjunto Joãozito e seus Cometas.

Na Copa, sempre havia algo de bom para comer (sonho, pastel…).

Lá no Clube, assisti o Titi cantar a canção 1999, com o violão.

Aos domingos, após os jogos do Harmonia, nos reuníamos para comentar as melhores jogadas.

Na década de 60, o time e o Clube atingiram o auge.

O Clube era o mais importante centro de cultura e lazer da Cidade.

Um lugar para fazer boas amizades.

Eu vivia rodeado de amigos.

Nós estávamos na primavera da vida. Sem preocupações.

Nossos Pais estavam vivos. Era uma época de paixões. As “gurias” mandavam bilhetes aos “guris”… Hoje, a doença faz com que a saudade seja maior…

No inverno de 1968, uma Colega de aula, do 3º Ano do Ginásio, me entregou um bilhete, no qual escreveu, entre outras coisas, que quando não me via, ficava triste e até chorava. Ela era garçonete no Clube.

Eu tinha, apenas, 15 anos. O sistema de som tocava uma canção do Roberto Carlos (“Eu Te Amo, Te Amo, Te Amo…”). O universo conspirava. Aconteceu. Então, começou o nosso namoro. Eu fui o seu par no Baile das Debutantes.

Ela era educada, bondosa e compreensiva. Eu sabia dançar “do meu jeito”. Ela foi um presente de Deus! Com o passar do tempo, nos tornamos amigos para sempre.

Nunca mais esqueci o nome dela: Siloé Cristina Pelissari (em memória), minha primeira namorada!

E agora, que aqueles dias felizes já se foram… o que eu faço com tanta saudade?

 

C F VOGT

cfvogt@yahoo.com.br

www.escritorcfvogt.blogspot.com.br




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