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sexta-feira 19 abril 2024
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Presidente da Gerdau se apresenta à polícia em São Paulo

André Gerdau Johannpeter é investigado na 6ª fase da Operação Zelotes

André Gerdau Johannpeter é investigado na Zelotes | Foto: Leonardo Benassatto / Folhapress / CP

                    Foto: Leonardo Benassatto / Folhapress / CP
O presidente da empresa Gerdau, André Gerdau Johannpeter, apresentou-se na Superintendência da Polícia Federal em São Paulo, no bairro da Lapa, por volta das 14h desta quinta-feira. Ele chegou acompanhado de um advogado. Nenhum deles quis se pronunciar.
Gerdau é investigado na 6ª fase da Operação Zelotes. Foi decretado mandado de condução coercitiva do empresário – quando a pessoa é levada à delegacia para prestar depoimento e, em seguida, é liberada.
A Zelotes investiga fraudes em julgamentos no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), ligado ao Ministério da Fazenda. A suspeita é que o grupo Gerdau tenha atuado no Carf para evitar o pagamento de multas que chegam a R$ 1,5 bilhão.
A siderúrgica investigada tem operações industriais em 14 países e celebrou contratos com escritórios de advocacia e de consultoria, os quais, por meio de seus sócios, “agiram de maneira ilícita, manipulando o andamento, a distribuição e decisões do Carf, visando a obter provimento de seus recursos e cancelamento da cobrança de tributos em seus processos”, segundo a denúncia.
A operação Zelotes
Deflagrada pela PF em março de 2015, a operação investiga um dos maiores esquemas de sonegação fiscal já descobertos no Brasil. As investigações são sobre a atuação de quadrilhas junto ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais da Receita Federal (Carf), revertendo ou anulando multas. Estão sendo analisados 74 julgamentos do conselho realizados entre 2005 e 2013, nos quais, R$ 19,6 bilhões teriam deixado de ser recolhidos aos cofres públicos.
O Carf, órgão ligado ao Ministério da Fazenda, composto por 216 conselheiros em turmas de seis membros, julga em segunda instância recursos administrativos fiscais relativos a tributos cobrados pela Receita Federal. De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), os integrantes do esquema de corrupção escolhiam processos de grande valor que estavam na pauta do órgão, buscando, em seguida, oferecer uma solução conveniente às companhias em troca de dinheiro.
Os operadores atuavam no fluxo dos processos, recorrendo à corrupção de conselheiros. Parte dos conselheiros envolvidos, segundo o MPF, era do Ministério da Fazenda, mas a maioria pertencia ao Sistema S, que compreende entidades voltadas ao treinamento profissional, entre as quais estão Senai, Sesc, Sesi e Senac.
Entre as empresas investigadas na operação estão os grupos gaúchos Gerdau, RBS, Mundial-Eberle e Marcopolo. O Carf tem R$ 516 bilhões em processos para julgamento. Em média um processo leva oito anos para ser julgado.
Os crimes investigados na operação são de Advocacia Administrativa Fazendária, Tráfico de Influência, Corrupção Passiva, Corrupção Ativa, Associação Criminosa, Organização Criminosa e Lavagem de Dinheiro
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