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quinta-feira 28 março 2024
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PM desabafa contra parcelamento de salários e post viraliza no Facebook

Mais de 6 mil pessoas compartilharam publicação

Mais de 6 mil pessoas compartilharam publicação | Foto: Reprodução / CP
parcelamento dos salários do funcionalismo estadual motivou uma policial militar de Santiago, na região Central do Estado, a desabafar no Facebook. Na publicação, a soldado Viviane Contessa, 34 anos, relata uma “situação humilhante” ocorrida no domingo, um dia antes da confirmação do fracionamento do salário. Ela fazia patrulhamento de rotina com um colega, no Centro de Santiago, quando um grupo de jovens passou por eles e questionou: “será que eles aceitam cesta básica de doação?”. A pergunta foi seguida de um sorriso irônico, observa a policial.

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Mais um serviço.

Apesar da situação humilhante que passei ontem enquanto estava em PB na esquina do calçadão em horario de serviço,tenho q tentar levantar a cabeça e ostentar a farda que “carrego”,pois o fato que ocorreu foi o seguinte…
Eu estava tirando serviço na famosa esquina do calçadão,local este de grande visibilidade aos comerciantes de Santiago(que não dão o mínimo valor pra nós)e passaram alguns guris (+ou- 20 anos)e fizeram o seguinte comentario entre eles,”será que eles aceitam cesta básica de doação?”,seguido de um sorriso irônico.
Ví que o comentario era pra nós brigadianos.Em outro momento eu abordaria,identificaria e mandaria se explicar,mas minha moral estava tão no c..do cachorro que só me deu vergonha e vontade de chorar,foi então que percebí que naquele momento meu lado policia não estava ali me acompanhando,então o desespero foi maior.

Tiraram tudo de nós,mas o que mais tá doendo é que tiraram nossa dignidade.
Desculpa o desabafo.
Que Deus nos dê forças.
‪#‎maisumserviço‬
‪#‎sóDeusnessacausa‬

— se sentindo desanimada em Cidade de Santiago, Rs.


• População gaúcha é orientada a se proteger “como puder”

“ 

Por volta das 18h desta segunda-feira, a publicação já tinha sido compartilhada por mais de 6 mil pessoas, o que surpreendeu a policial militar. 
Quando eu postei não me dei conta da dimensão que chegaria. Achei que no máximo um tio ou uma tia minha veriam a publicação. Mas quando eu vi que tinha 108 compartilhamentos me apavorei. 
Pensei: ‘É uma coisa só aqui da cidade’. 
Mas não, meus colegas da Operação Golfinhos, no litoral, passaram a compartilhar e, logo depois, pessoas estranhas, que eu nem conhecia, mandaram solicitação de amizade. Foi mais longe do que imaginava.”

Viviane conta que, depois da repercussão, leu novamente a publicação. “Eu me dei conta que não xinguei, não falei mal de ninguém. 

Militar também tem sentimentos, a diferença é que não fala. E eu falei.” Por isso, não sente receio de represálias do comando da Brigada Militar devido ao post no Facebook. “Para essa entrevista que estou tendo contigo eu tive que pedir autorização para meu comandante. 
E eu creio que não vai me atingir. 
Eu só relatei meu lado humano.”

Mãe de duas crianças – um menino de 14 anos e de uma menina de 10 anos – 

Viviane não sabe como fará para pagar as contas. 
“Eu ainda não parei para pensar. Eu, na verdade, tinha a esperança que hoje (segunda-feira) os salários seriam pagos.
” Em relação ao aluguel, por exemplo, ela espera que a proprietária seja “compreensível”, diz. “Vai ficar muito humilhante se eu for despejada da minha casa.”

Horas após ter publicado no Facebook, a policial passou mal dentro do quartel. 

“Perto do meio-dia eu desabei numa cadeira.” Encaminhada a atendimento médico, descobriu que estava com um infecção na garganta e, por isso, vai ficar três dias afastada do serviço.
 “Não sei o que foi: abalo emocional ou se a imunidade que baixou.
 Ou uma soma das duas coisas”, diz a policial militar, que agora também se preocupa com os descontos na folha pelo afastamento.Fonte Correio do Povo




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