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sexta-feira 29 março 2024
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O retrabalho das polícias – Gilnei Fogliarini da Costa

Uma das grandes dificuldades encontrada pelos operadores da segurança pública encontra-se nas constantes prisões de indivíduos que já deveriam estar presos. Não são raros os casos em que a polícia prende o mesmo sujeito mais de uma vez na mesma semana, às vezes no mesmo dia.

Em muitos casos o infrator mesmo preso em flagrante não fica encarcerado por ter direito às medidas cautelares diversas da prisão, e uma delas é ficar em liberdade, e aproveitando-se deste benefício “legal” rapidamente está nas ruas pronto para aprontar novos delitos.

Outro exemplo do retrabalho das polícias são as prisões de foragidos, a maioria dos presos foragidos é de casos de detentos que ganham o benefício do regime semiaberto e quando saem para trabalhar não retornam aos presídios, muitos ficam nas ruas cometendo novos delitos, aumentando a sensação de insegurança e causando indignação à sociedade e aos policiais. É lamentável a falta de penas mais rigorosas para estes casos.

Vários são os motivos alegados por quem defende os “direitos” destes sujeitos, o primeiro é dizer que todos têm o direito de responder por seus atos em liberdades, que até a condenação são inocentes, outro fato alegado para os deixarem fora do cárcere é o fato da superlotação dos presídios, fato que não podemos negar, pois além de lotados são lugares em condições desumanas.

Aí pergunto que culpa tem a sociedade, que culpa tem as vítimas destes infratores, precisamos conviver diariamente com esta sensação de impunidade? E as polícias, que com seu efetivo reduzido e muitas vezes desmotivado precisa diariamente fazer este retrabalho de prender e prender.

Precisamos urgentemente de qualidade em nosso sistema prisional, onde caibam todos aqueles que foram condenados e que estes possam ser ressocializados, precisamos de leis que permitam que o ciclo da prisão e reclusão se complete, precisamos dar uma resposta à sociedade, garantir às vítimas que seus maus feitores recebam e cumpram sua pena. Isto também é uma forma de valorizarmos o trabalho das polícias e garantir a tão almejada sensação de segurança.

Gilnei Fogliarini da Costa /Radio Planalto

 




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