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sábado 20 abril 2024
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Memorias de Sarandi – Colonização – Humberto Tesser Paris

MEMÓRIAS DE SARANDI 68
Época: Décadas de 1918 a 1960
Humberto Tesser Paris
COLONIZAÇÃO
As colônias velhas do Rio Grande do Sul começaram a ficar saturadas e não comportavam mais a vinda de novos colonos. Somado a isso, as famílias que já estavam instaladas foram crescendo e não havia mais espaço para progredir. Por isso, foram criadas novas colônias para absorver a demanda, até chegarem em Sarandi que tinha um vasto território a ser explorado.
Sarandi foi inicialmente colonizado por alemães, mas a partir de 1918 começou a colonização italiana. Chegaram filhos de italianos, como meu avô João Tesser, oriundo de Bento Gonçalves-RS e, depois, de Guaporé-RS, que fez parte da firma colonizadora e também italianos como meu avô Lorenzo Giuseppe Paris vindo de Garibaldi-RS em 1927.
A demanda foi tão grande que os colonos italianos e seus descendentes se tornaram a grande maioria, fazendo com que a sede principal do município mudasse de lugar. Com o tempo, muitos distritos acabaram emancipando-se, mas levando a característica de ter a predominância étnica italiana.
NOVOS ITALIANOS
Por volta do ano de 1960 eu estava caminhando com meus amigos pela avenida Expedicionário, quando passou por nós um homem muito grande e alguém falou: este é o Toni, dizem que ele carrega 6 sacos de cimento nas costas.
Após a 2ª Guerra Mundial chegaram novos italianos direto da Itália. Entre eles vieram os Cescon, os Frozza, os De Mari, entre outros.
Para minha surpresa, ao ler o livro da Família Cescon, li num dos depoimentos da italiana Dona Milena Cescon Rosin, esposa do professor Francisco Rosin, que foi o seguinte: “… Antonio Carniel (Toni),… que lutou na Segunda Guerra Mundial, quando levou nas costas seu capitão ferido, desde Stalingrado até a Iugoslávia. …. veio para Sarandi solteiro e, na construção do Salão Paroquial, carregava 6 sacos de cimento nas costas, de tão forte que era… Infelizmente alguns não se adaptaram e voltaram para a Itália, inclusive Carniel, os quatro De Mari e a família Moret…”
A foto mostra o Salão Paroquial que Antonio Carniel ajudou a construir.



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