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sexta-feira 29 março 2024
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Hospitais gaúchos seguem com pesquisa sobre hidroxicloroquina no tratamento à Covid-19

Médico intensivista Thiago Lisboa é o líder do Coalizão 2 do Hospital de Clínicas de Porto Alegre

| Foto: Clóvis Prates / HCPA / CP

Medicamentos foram testados em pacientes com infecção leve e moderada

Médico intensivista Thiago Lisboa é o líder do Coalizão 2 do Hospital de Clínicas de Porto Alegre

Instituição de referência para atendimentos de alta complexidade a casos de coronavírus no Rio Grande do Sul, o Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) segue participando dos estudos sobre o uso de hidroxicloroquina e azitromicina no tratamento de pacientes com Covid-19. O trabalho, denominado de Coalizão, conta com a instituição nas etapas 1 e 2, em que os medicamentos foram testados em pacientes com infecção leve e infecção moderada, respectivamente.

Os novos protocolos do Ministério da Saúde e da Organização Mundial da Saúde (OMS) não tiveram impacto sobre o estudo, assegura o líder do Coalizão 2 no HCPA, médico intensivista Thiago Lisboa. No Rio Grande do Sul, o Hospital Moinhos de Vento também é uma das seis instituições que lideram e fazem parte do estudo no País. Os resultados devem ser divulgados durante o mês de junho.

A pesquisa iniciou em abril e segundo Lisboa, a inclusão de pacientes do HCPA encerrou na semana passada. Ao todo, o hospital avaliou o tratamento com 20 pacientes. A ideia é esclarecer se o uso associado de hidroxicloroquina e azitromicina traz mudanças nos desfechos do combate ao novo coronavírus.

Suspensão

No dia 20, o Ministério da Saúde incluiu a cloroquina, e seu derivado hidroxicloroquina, no protocolo de tratamento para pacientes com sintomas leves de Covid-19. Na segunda-feira, o diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus anunciou que suspendeu os testes com hidroxicloroquina em suas pesquisas.

A decisão foi tomada depois que a revista The Lancet publicou um estudo sobre os riscos do remédio, que concluiu que o uso desse medicamento pode estar relacionado a um aumento no risco de morte por problemas cardíacos, como arritmia.

De acordo com Lisboa, as duas medidas não apresentaram reflexos nos trabalhos do Coalizão. “Não alterou, porque estávamos com o projeto em andamento. Saiu três dias antes da pesquisa encerrar. Mas como é numa pesquisa, num ambiente controlado, não causa problema. Toda evolução, todos os cuidados, envolvem um olhar mais obsessivo ao paciente”, esclarece.

Novo protocolo 

De acordo com o novo protocolo divulgado pelo Ministério da Saúde, cabe ao médico a decisão sobre prescrever ou não a substância, sendo necessária também a vontade declarada do paciente, com a assinatura do Termo de Ciência e Consentimento. “A celeuma em torno da hidroxicloroquina seguiu durante a pesquisa. Tinha gente que chegava com prescrições antes da internação. Já vinham nesta situação e isso complicou um pouco”, revela.

O Coalizão Covid Brasil é fruto de uma parceria entre o Hospital Israelita Albert Einstein, Hospital do Coração (HCor), Hospital Sírio-Libanês, Hospital Moinhos de Vento, Beneficência Portuguesa de São Paulo e Rede Brasileira de Pesquisa em Terapia Intensiva (BRICNet) e Ministério da Saúde (Departamento de Ciência e Tecnologia), com o apoio da empresa EMS.




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