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sexta-feira 29 março 2024
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Dólar fecha estável cotado a R$ 3,16 no mercado à vista

Moeda americana tenta recuperação diante de uma queda significativa nos últimos dias

Dólar fecha estável cotado a R$ 3,16 no mercado à vista  | Foto: Eugênio Bortolon / Especial / CP Memória

Dólar fecha estável cotado a R$ 3,16 no mercado à vista | Foto: Eugênio Bortolon / Especial / CP Memória

Depois de ter caído 2,24% na semana passada, o dólar fechou estável nesta segunda-feira, cotado a R$ 3,1696 no mercado à vista. Pela manhã, um movimento de realização dos lucros recentes levou a cotação à máxima de R$ 3,1893 (+0,63%). Por outro lado, o fluxo positivo, a alta do petróleo e o sentimento otimista com os dados de emprego nos Estados Unidos divulgados na semana passada contribuíram para absorver a pressão de alta. Na mínima, a cotação foi aos R$ 3,1595 (-0,32%).

“O dólar acompanhou um pouco o exterior, que passou por cima dos dados fracos da China. Por aqui, a moeda tentou uma recuperação, que não se sustentou, já que vem de uma queda significativa nos últimos dias”, disse João Paulo de Gracia Corrêa, superintendente regional de câmbio da SLW Corretora. Segundo ele, o mercado também operou “na retranca” no que diz respeito ao cenário político, monitorando de perto o noticiário.

Taxas de juros

Os juros futuros fecharam a sessão desta segunda em alta ao longo de toda a curva, com mais intensidade nos vencimentos longos. O principal vetor a conduzir os negócios foram as notícias publicadas pela imprensa, no fim de semana, envolvendo o presidente em exercício, Michel Temer, e alguns de seus ministros. Nem a melhora das expectativas de inflação trazida pelo Boletim Focus nem a deflação do IGP-DI de julho foram capazes de evitar uma postura mais defensiva. O avanço das taxas, contudo, se deu num ambiente de fraca liquidez.

Ao término da negociação regular, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2017 (78.640 contratos) estava em 13,975%, de 13,960% no ajuste anterior. O DI janeiro de 2018 (70.165 contratos) subiu de 12,71% para 12,74%. O DI janeiro de 2019 (86.940 contratos) fechou em 12,17, de 12,12%. O DI janeiro de 2021 (100.975 contratos) avançou de 11,85% para 11,95%.

Segundo a revista Veja, a Odebrecht teria repassado R$ 10 milhões a Temer para as campanhas de Eliseu Padilha e Paulo Skaf. O Planalto afirmou que todo o dinheiro repassado pela empreiteira está de acordo com a legislação eleitoral.

O jornal Folha de S. Paulo também trouxe matéria de que a campanha do atual ministro das Relações Exteriores, José Serra, à Presidência da República em 2010 recebeu R$ 23 milhões de caixa 2 da Odebrecht, conforme disseram executivos a investigadores da Operação Lava Jato. O teor das reportagens preocupa o mercado, que nas últimas semana esteve mais sensível a quaisquer notícias que ameaçassem a concretização das reformas para reerguer a economia.

Vale ressaltar que a oposição pedirá ao Supremo Tribunal Federal (STF) que adie a votação de amanhã da sentença da pronúncia da presidente afastada, Dilma Rousseff. O argumento é de que se Temer for efetivado na presidência, ele não poderá ser investigado pela Lava Jato.

Bovespa

A Bovespa passou a tarde desta segunda-feira, de lado, rondando a estabilidade, em busca de um driver para que pudesse engatar trajetória mais consistente de alta ou de queda. Em meio ao compasso de espera pela conclusão do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, no fim do mês, o mercado acionário tem reagido apenas pontualmente ao noticiário corporativo e aos preços das commodities negociadas no exterior.

Entre os destaques positivos, as ações da Petrobras ajudaram a sustentar o Ibovespa no atual patamar e terminaram em alta de mais de 3,0% as ON, beneficiadas pela forte valorização dos contratos futuros de petróleo em Londres e em Nova York.

Os papéis da Vale também subiram, mas em ritmo mais moderado, apoiados na alta do minério e em dados da balança chinesa. Por outro lado, os bancos pesaram, assim como as siderúrgicas, impedindo o índice à vista de terminar no azul. Em Wall Street, o dia foi de realização.

O Ibovespa encerrou o pregão desta segunda-feira em leve queda de 0,04%, aos 57.635,42 pontos. Entre a mínima e a máxima, o índice à vista oscilou pouco, dos 57.504 pontos (-0,27%) aos 57.917 pontos (+0,44%). O giro financeiro foi mais fraco e somou R$ 5,05 bilhões. No mês de agosto, a Bolsa acumula valorização de 0,57%, e no ano, alta de 32,96%.

“A Bovespa está esperando um fato novo, o mercado está na expectativa pelo fim do processo de impeachment da Dilma Rousseff para que o País volte a andar. Até lá, o mercado deve ficar olhando o petróleo, o minério… o que está mandando é mais o cenário corporativo”, comentou o operador da mesa institucional da Renascença Corretora Luiz Roberto Monteiro. A data de início do julgamento final do impeachment da presidente afastada deve ser entre os dias 25 e 29 de agosto.

Entre os destaques de alta do Ibovespa, as ações da Petrobras avançaram 3,70% (ON) e 2,23% (PN), na esteira da valorização de mais de 2,0% dos contratos futuros de petróleo no mercado internacional.

O papel também foi beneficiado por uma melhora da avaliação por parte de instituições financeiras. O Santander, por exemplo, elevou a recomendação da estatal de manutenção para compra, com preço-alvo de R$ 20 para as ON, o que representa um potencial de ganho de 50,8% ante o fechamento da última sexta-feira (5). O Bradesco BBI, por sua vez, vê a companhia como outperform (acima da média do mercado).

Correio do Povo




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