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sexta-feira 29 março 2024
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Alexandre dá 5 dias para Weintraub explicar fala sobre prisão de ministros do STF

A decisão de Moraes foi feita no âmbito do inquérito que investiga ameaças, ofensas e fake news disseminadas contra integrantes da Corte e seus familiares“Por mim, botava esses vagabundos todos na cadeia. Começando no STF”, disse Weintraub na reunião

“Por mim, botava esses vagabundos todos na cadeia. Começando no STF”, disse Weintraub na reunião 

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu cobrar explicações do ministro da Educação, Abraham Weintraub (Educação), sobre a declaração feita na reunião ministerial de 22 de abril. Na ocasião, Weintraub afirmou: “Por mim, botava esses vagabundos todos na cadeia. Começando no STF”.

A decisão de Moraes foi feita no âmbito do inquérito que investiga ameaças, ofensas e fake news disseminadas contra integrantes da Corte e seus familiares.

“Diante do exposto, DETERMINO que Abraham Weintraub, atualmente exercendo o cargo de Ministro da Educação, seja ouvido pela Polícia Federal, no prazo máximo de 5 (cinco) dias para prestar esclarecimentos sobre a manifestação acima destacada”, escreveu Moraes.

Documento

Para Alexandre de Moraes, a manifestação de Weintraub “revela-se gravíssima, pois, não só atinge a honorabilidade e constituiu ameaça ilegal à segurança dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, como também reveste-se de claro intuito de lesar a independência do Poder Judiciário e a manutenção do Estado de Direito”.

Ao levantar o sigilo do vídeo da reunião, o ministro Celso de Mello, do STF), apontou aparente “prática criminosa” cometida pelo ministro da Educação, Abraham Weintraub.

Segundo o decano, a “gravíssima aleivosia” feita por Weintraub, “num discurso contumelioso e aparentemente ofensivo ao patrimônio moral” dos ministros, põe em evidência que tal afirmação configuraria possível delito contra a honra (como o crime de injúria). Mello ainda determinou que se oficie todos os ministros do STF sobre o fato, enviando a eles cópia de sua decisão, para que possam, “querendo, adotar as medidas que julgarem pertinentes”.

Repercussão

Nesta terça-feira, Celso de Mello e a ministra Cármen Lúcia rechaçaram os ataques feitos contra o STF. Para Cármen, os ministros do STF honram a história da instituição e comprometem-se com o futuro da democracia brasileira e não serão abalados por “agressões eventuais”.

“Nós, juízes deste Supremo Tribunal, exercemos nossas funções como dever cívico e funcional, sem parcialidade nem pessoalidade. Todas as pessoas submetem-se à Constituição e à lei no Estado Democrático de Direito. Juiz não cria lei, juiz limita-se a aplicá-la. Não se age porque quer, atua-se quando é acionado. Nós, juízes, não podemos deixar de atuar. Porque sem o Poder Judiciário, não há o império da lei, mas a lei do mais forte”, disse Cármen Lúcia.

No último domingo, foi a vez de  Bolsonaro publicar nas redes sociais o artigo 28 da Lei de Abuso de Autoridade, que trata da divulgação total ou parcial de gravações. A publicação foi feita depois de o ministro Celso de Mello, do STF,  levantar o sigilo do vídeo da reunião ministerial que o ex-ministro da Justiça Sérgio Moro usa como prova de que o presidente teria tentado interferir na Polícia Federal.

Relator do inquérito que investiga as acusações levantadas pelo ex-juiz Sérgio Moro de que Bolsonaro tentou interferir politicamente na PF, o ministro Celso de Mello reforçou a posição da colega.

“Eu também acompanho e subscrevo integralmente o pronunciamento de vossa excelência, e o faço porque também entendo que sem um poder judiciário independente que repele injunções marginais e ofensivas ao postulado da separação dos poderes, e que buscam muitas vezes ilegitimamente controlar a atuação dos juízes e dos tribunais, jamais haverá cidadãos livres nem regime político fiel aos princípios e valores que consagram o primado da democracia”, disse Celso de Mello.




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